De acordo com Denilson Pawowski a aliquota de 1%, mão de obra barata e a parceria com a Itaipu que fornece energia elétrica são grandes atrativos para empresários investirem no Paraguai. Veja o que foi publicado na Folha de São Paulo.
O
baixo preço da energia elétrica de Itaipu (projeto em sociedade com o
Brasil) e o uso de um sistema de produção copiado das "maquiladoras" do
México transformaram o Paraguai no novo destino da indústria brasileira.
Em
11 anos, 51 fábricas iniciaram a produção no Paraguai, utilizando o
sistema de maquila -um regime tributário especial que permite às
empresas a importação de insumos, a manufatura e a exportação, pagando
apenas uma única alíquota de 1%.
Das
51 indústrias instaladas sob o regime maquila, 23 são brasileiras e 17
foram para lá nos dois últimos anos. Todas correm para aproveitar a
vantagem fiscal, trabalhista e energética em relação às condições no
Brasil.
"A
diferença de custo entre o Brasil e o Paraguai é enorme e isso nos dá
grande vantagem competitiva quando entramos com o nosso produto aqui",
afirma Romualdo Devito, sócio da Colortech.
A
empresa produz pigmentos para a indústria cerâmica desde dezembro de
2011. A fábrica está instalada próxima ao Brasil, em Ciudad del Este, no
Departamento de Alto Paraná. Não por acaso. Toda a produção é destinada
exclusivamente ao Brasil.
CHICOTE ELÉTRICO
Esse
aliás tem sido o modelo adotado por empresas que foram para o Paraguai,
como, por exemplo, a Fujikura, fábrica que produz chicotes elétricos
vendidos para montadoras brasileiras.
Segundo
Laura Villalba, diretora de promoção e investimento do setor de Regime
de Maquila do Ministério de Indústria e Comércio paraguaio, o governo
analisa neste momento vários projetos industriais de empresas
brasileiras. Ela não revelou o número. "Os novos investimentos são
confidenciais", diz.
A
Dedini, importante indústria de bens de capital no Brasil para o setor
sucroalcooleiro, pode ser a próxima a se instalar no Paraguai.
A
agência paraguaia para promoção de exportações e investimentos montou
um escritório em Curitiba (PR) para prospecção de empresas.
"Temos pelo menos três negociações em curso", diz Sebastian Bogado, adido comercial paraguaio no Brasil.
SEM PRECONCEITOS
O
negócio tem atraído tanta atenção que uma consultoria brasileira se
especializou no apoio a investidores nacionais interessados em cruzar a
fronteira.
Segundo Roger Simas, sócio da Consultoria Panamericana,
parte do trabalho é vencer o preconceito com o país vizinho. "O
Paraguai foi suspenso do Mercosul por causa do impeachment do presidente
Fernando Lugo e não houve qualquer mudança de regras para quem estava
lá."
Autoridades paraguaias têm feito rodadas internacionais atrás de investidores.
No
início de abril, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
organizou um encontro em São Paulo. Empresas já instaladas lá
apresentaram as vantagens comparativas com o Brasil. Parte dos
industriais paulistas não gostou da iniciativa.
Mas,
a despeito disso, um novo encontro, já batizado de Semana do Paraguai
na Fiesp, está sendo negociado e pode ocorrer até novembro.
"O
Paraguai é uma das alternativas para avançarmos na integração das
cadeias produtivas em nossa região", afirma Rubens Barbosa, presidente
do Conselho Superior de Comércio
Exterior da Fiesp. Ele também acha que o país vizinho é uma alternativa, em termos de custos, para a indústria local.
Exterior da Fiesp. Ele também acha que o país vizinho é uma alternativa, em termos de custos, para a indústria local.
O ano de 2013 promete ser positivo para o Paraguai. O Banco Central do país prevê crescimento de 13%.
Fonte: Folha de São Paulo
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